De acordo com levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 37,5% da população brasileira entre 18 e 95 anos está negativada em bancos ou outros serviços que implicam pagamento de boletos, como água, luz e telecomunicações. Ou seja, são cerca de 54,7 milhões de brasileiros endividados.
Os dados evidenciam a necessidade de planejamento e a importância da educação financeira que, quando ensinada e praticada desde cedo, previne desperdícios e possíveis endividamentos. Por isso, as instituições de ensino mantidas pela Rede de Educação Notre Dame oferecem-na, como tema transversal aos conteúdos programáticos.
Na Escola Notre Dame Menino Jesus, o tema é abordado já no Ensino Fundamental. Os estudantes matriculados no 2º e no 4º Ano, por exemplo, familiarizam-se com os conceitos monetários por meio de atividades lúdicas – como a simulação das relações de compra e venda em um “mercadinho” e um brechó, respectivamente. Durante elas, os educandos levam para a sala de aula produtos, como livros, bijuterias, brinquedos e, até, alimentos, que são comercializados com dinheiro fictício.
Além disso, eles são desafiados a organizar o ponto de venda e a criar jingles e cartazes sobre os produtos e serviços oferecidos aos compradores, além de determinar os preços pelo quais eles serão negociados, durante a atividade, na qual todos os estudantes assumem, em diferentes momentos, os papéis de comerciantes e de consumidores.
No processo de compra e venda, eles percebem que podem optar por produtos com menor preço ou que podem beneficiar-se de estratégias promocionais. Desse modo, a análise das ofertas é estimulada e, assim, o dinheiro é valorizado, explica a educadora Roberta Borges. “Uma criança coloca um brigadeiro à venda pelo preço ‘x’ e a outra por ‘y’. Então, elas começam a comprar pelo valor que está mais em conta”, exemplifica.
Como, durante as atividades lúdicas, as crianças, ainda, precisam tomar nota de tudo aquilo que compram e vendem, com seus respetivos valores, elas aprendem a cuidar do seu dinheiro e a não gastar mais do que ganham, complementa a docente.